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Foto do escritorEap Engenharia

A NÃO INDÚSTRIA DA CONSTRUÇÃO


A construção civil se caracteriza por uma das engenharias menos tecnológicas


Nascida junto com a revolução industrial, a engenharia civil nasceu como um braço da engenharia militar.



O termo “engenharia” em si tem uma etimologia muito mais recente, derivando da palavra “engenheiro” e que se referia a alguém que construía ou operava um engenho. Naquela época, o termo “engenho” referia-se apenas a uma máquina de guerra como uma catapulta ou uma torre de assalto. A palavra engenho, em si, tem uma origem ainda mais antiga, vindo do latim ingenium que significa “gênio” ou seja uma qualidade natural, especialmente mental, portanto uma invenção inteligente.


Mais tarde, à medida que o projeto de estruturas civis - como pontes e edifícios - amadureceu como uma especialidade técnica autônoma, entrou no léxico o termo “engenharia civil” como forma de distinção entre a atividade de construção daqueles projetos não militares e a mais antiga especialidade da engenharia militar. Depois, com o surgimento das “artes mecânicas” a engenharia civil se ramificou nas tantas e variadas engenharias existentes hoje.


A Engenharia civil desde seu nascimento é caracterizada por um grande artesanato de seus serviços. Em geral a indústria da construção civil não pode ser considerada uma indústria em seu significado mais moderno e amplo. A manufatura ou a maquinofatura são muito empregadas na indústria em geral de forma a ter um ambiente controlado e uma sequência de trabalho constantes e determinada para gerar produtos em grande escala com repetição e ganho de escala.


Já na construção civil o que mais é utilizado é o artesanato pois é o que mais se aproxima das atividades e serviços realizados em uma obra tradicional da construção civi. O ambiente muda a cada empreendimento, as atividades são bastante manuais de dependem muito da habilidade do operário. (assentar alvenaria, rebocar parede, montar formas de estruturas, aplicar gesso na parede ou teto, aplicar massa corrida, pintar…)



Mesmo em obras verticais, com maior repetição das atividades, ainda temos uma intervenção muito dependente do operário que está naquele pavimento. Os métodos construtivos em geral são muito dependentes de habilidade, experiência e produtividade do operário envolvido.


A logística de manuseio e transporte de materiais, recebimento de insumos, depende da particularidade de cada projeto e de cada etapa em que se encontra a obra.

Na construção civil ainda são utilizados muito poucos equipamentos e maquinários para que se diminua o esforço da equipe, aumente a produtividade e melhore a padronização e qualidade do serviço acabado. Não são todos os funcionários que utilizam ferramentas de alta produtividade como parafusadeiras, máquinas de corte com aspirador de poeira, pintura com pistola, reboco projetado, contrapiso alto-nivelante…



A grande quantidade de variáveis que surgem a cada obra tornam a engenharia civil difícil de se padronizar.

Grandes avanços já existem com sistemas desenvolvidos especialmente para construção, programas que aumentam a capacidade e produtividade de cálculo e gestão da informação, processos construtivos que empregam rotinas mais repetitivas, controláveis e produtivas mas o fato é que as empresas de construção civil precisam dispender um pouco mais de tempo e conhecimento de suas equipes para aumentar a tecnologia empregada nos processos construtivos e nos métodos de controle e indicadores de desempenho da construção para minimizar o impacto da pouca padronização.


Só com isso se obterá maiores históricos dos ocorridos durante a construção e uma maior educação dos envolvidos para que evitem os erros históricos e disseminem as boas práticas criadas tornando aí sim a Engenharia Civil e uma verdadeira Indústria.

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